13 dezembro 2014

Power - Capitulo 24

Ela vive na sombra de uma garota sozinha
Voz tão silenciosa que você não ouve uma palavra
Sempre falando, mas ela não consegue ser ouvida



Véspera de Natal e minha família ainda não havia voltado da tal viagem.
Sai de minha cama, meu corpo se arrepiou imediatamente após ser tocado pelo vento hiper gelado daquela manhã, fui até a janela e vi a coisa mais bela. Neve!

Pequenos flocos caiam lentamente, seguindo um rumo extremamente belo e paciente, do céu ao chão. Fiquei algum tempo apenas observando toda aquela beleza e resolvi não ficar em casa me lamentando como fizera nos dias anteriores.

Andei apressada até meu banheiro onde tomei um banho quente e saí do mesmo enrolada em uma toalha. Meus dentes batiam uns contra os outros em uma velocidade descomunal. Fui até meu closet e lá peguei uma roupa quente para passar o dia na rua.

Dei uma última olhada no espelho, peguei uma bolsa colocando meu celular, carteira e documentos, e saí do quarto. Passei pelo corredor rapidamente e desci as escadas com calma. Andei até a cozinha e encontrei a mesma vazia.

Coloquei minha bolsa em cima da mesa e saí abrindo as portas dos armários. Peguei um prato e um copo, além dos talheres. Coloquei tudo em cima da mesa e andei poucos passos até a geladeira. Abri a mesma e achei um belíssimo bolo de chocolate, tirei o mesmo da geladeira e o coloquei na mesa. Voltei ao eletrodoméstico e peguei o suco de abacaxi, fiz o mesmo processo com a jarra do suco igual ao bolo.

Despejei um pouco de suco dentro do copo e cortei um pedaço de bolo o colocando no prato, comi e bebi calmamente.

Após me alimentar, coloquei as coisas que havia utilizado em seus devidos lugares. Coloquei a louça dentro da pia e peguei minha bolsa. Sai daquele comodo e caminhei calmamente até a porta, abri a mesma sorrateiramente para não acordar ninguém mesmo sem saber se havia alguém ali, e sai. Rua à fora.

Assim que passei pela porta o vento gélido tocou meu rosto rudemente, me fazendo com que meu corpo estremecesse. Andei a passos rápidos até o portão principal, diga-se que eu andei um bocado até alcança-lo, tanto pela neve tanto pela distancia a ser percorrida.

Passei pelo mesmo e o tranquei. Coloquei-me a andar sem um rumo certo.

[...]

Fazia tempo que eu não visita aquele parque!

Desde o dia em que a Andreza me virou as costas.

Realmente aquele lugar sofreu uma grande mudança. Havia novas enormes árvores, alguns brinquedos diferentes, um espaço para se fazer atividades físicas, um espaço para fumar e um outro para alguma outra coisa que eu desconhecia.

Estava sentada na mesma posição em baixo da minha árvore há algumas horas e podia ouvia meu estomago roncar desesperadamente.

Me levantei e me movi com certa dificuldade, de primeira, pelo fato de estar há um bom tempo sentada na mesma posição.

Caminhei lentamente até uma lanchonete que eu conhecia ali perto.

Passei pela porta do estabelecimento e ouvi o som fino do pequeno sino que ali havia. Sorri para a senhora que me cumprimentou atrás do balcão, assim que passei pelo mesmo. Me sentei em um mesa ao fundo do lugar, apenas por preocupação.

Observei o local atentamente e o mesmo continuava como as minhas lembranças. Suas mesas arredondadas com toalhas xadrezas, em preto e branco, contrastava com o piso branco e com os bancos em vermelhos vivos. As paredes eram pintadas de creme e havia diversos quadros pendurados.

Logo uma garota, provavelmente dois anos mais velha que eu, veio me atender. Disse o que eu iria querer, ela anotou e se retirou me deixando sozinha novamente. Esperei por alguns minutos e quando menos esperei uma bandeja com o meu pedido surgiu a minha frente. A mesma garota colocou as coisas a minha frente com calma e assim que ela fez o seu trabalho, a agradeci.

Comi tranquilamente!

Após me alimentar, fiquei apenas admirando o local e logo aquela senhora da entrada se sentou a minha frente.

- Você cresceu!- disse ela.
- Desculpa!?- perguntei confusa. De onde nós nos conhecíamos mesmo?
- Você é (Seu nome) Hunt, certo?- perguntou ela calmamente.
- Sim, senhora!- lhe respondi prontamente.
- Continua linda!- comentou ela sorrindo fazendo com que minhas bochechas esquentassem.
- Obrigada! Mas como a senhora me reconheceu?- perguntei curiosa.
- Pelo seu sorriso. Ele continua sincero.- respondeu-me ela.- Mas como anda as coisas? Como está seus pais? O pequeno Benjamin?- perguntou ela curiosa e terna.
- Estão indo. Meus pais estão bem. E o Ben de pequeno não tem nada, acho, mas ele está bem.- falei e ri.
- Que bom!

A partir daí, horas e horas se seguiram, de conversas e risos. Ao lado de Paola, sim este era seu nome, eu consegui me sentir leve como há um tempo não me sentia.

Infelizmente, eu deveria voltar para casa e foi um custo enorme ir embora daquela lanchonete.

Eu estava caminhando com calma pelas ruas frias e cobertas de neves de minha cidade. Olhava atentamente cada vitrine e sua decoração natalina. Simplesmente belíssimo!

Nesse meio tempo, acabei tropeçando e caindo de cara na neve. O que me resultou em um grande mico e uma sessão de gargalhadas. Primeiramente, as pessoas que passavam ficaram sem reação, mas logo vieram me ajudar, porém no mesmo instante eu já havia me recuperado do susto do tombo e me matava de rir, acabei contagiando a todos. Os agradeci pela ajuda e continuei meu caminho.

Parei em frente a uma loja, peguei meu celular e tirei foto com um velhinho vestido de Papai Noel.

Voltei ao meu caminho e dessa vez fui direto para casa.

[...]

Eu estava na frente de casa e as luzes se encontravam apagadas, situação estranha já que estávamos em plena alegria natalina, minha casa sempre estava iluminada nesses períodos festivos.

Caminhei apressadamente pelo jardim até a porta principal da casa, desesperada. Aquele sentimento de medo e perca se apoderaram do meu ser, e, principalmente do meu lado racional. Eu devia dar meia volta e ligar para alguém ou para a policia de preferencia, mas não. Fui curiosa e irresponsável. Girei a maçaneta e entrei na casa sem pensar duas vezes, a minha preocupação estava presente na segurança de minha família e apenas nela, não me importava se algo acontecesse a minha pessoa.

Respirei fundo e adentrei naquela escuridão. Assim que passei pela porta e adentrei mais na casa, a porta se fechou com tudo atrás de mim, me fazendo arrepiar. Respirei fundo novamente, eu estava com medo. Medo do que eu podia encontrar. Medo de quem eu podia encontrar. Medo pela minha família.

"Aloha". Esta palavra significa família. E família significa nunca esquecer ou abandonar. Se dependesse da minha pessoa eu jamais abandonaria ou esqueceria qualquer membro de minha família.

Não sei o por que, porém a minha intuição me mandava ir até a sala de estar, devo admitir que ela era enorme e se conectava com a sala de jantar. Caminhei lentamente até aquela sala e minha respiração descompassada era o único som audível na casa inteira.

Assim que coloquei meus pés naquela sala, as luzes se acenderam e eu me arrependi amargamente de ter tomado tamanha atitude.

Meus pais e Benjamin se encontravam amarrados e amordaçados. Senti lágrimas invadirem meus olhos, eu olhei para minha mãe e a mesma chorava. Fiz menção de dar um passo em direção a eles, mas eles fizeram que não com a cabeça, instantaneamente fiquei confusa e pensei por um momento. Cadê ele? Olhei a minha volta e nada era perceptível. Então andei em direção a eles fazendo o mínimo barulho possível.

Não deu outra. Ele logo apareceu em minha frente com um largo sorriso. Eu já havia o visto antes, mas em quem?

Por reflexo dei um passo para trás, mas o mesmo sorriu mais ainda e me segurou por um dos meus pulsos.

Pensei em gritar, mas que iria ouvir? Quem iria nos socorrer?

Ele me aproximou de seu corpo e me abraçou... Literalmente, ele me envolveu em seus braços fortes e maiores que eu, para sussurrar as seguintes palavras: "Me desculpe por isso, sweet!"

E então ele se afastou e um arrepio tomou meu corpo. De repente alguém me amarrou, colocando minhas mãos para trás do meu corpo. Senti dor, pois me amarraram com força.

- Ande!- ordenou sombra.

Pensei em obedece-lo para faze-lo com que poupasse minha família, mas minhas pernas estavam travadas assim como todo o resto do meu corpo. Vi a expressão dele ficar séria, tirando aquele sorriso de seu rosto, ele se aproximou violentamente de minha minuscula pessoa, se comparada a ele. Seus olhos demonstravam tanta dor e mágoa, enquanto ele exala ódio e maldade para se esconder por trás de sua armadura.

- Eu mandei você andar!- exclamou ele me arrastando até o meio da sala e me colocando sentada em uma cadeira que eu nem havia percebido estar ali.- Agora seja uma boa menina e apenas observe.

Ele pegou minha mãe e a espancou na minha frente, sem dó ou piedade, eu gritava implorando para que ele parasse. Depois de toda aquela tortura ele parou e sorriu pra mim, mas eu apenas deixei minhas lágrimas me segarem, olhei para minha mãe e a mesma me olhava com lágrimas nos olhos. Ela me deu um sorriso fraco, mas sincero e disse algo que jamais irei esquecer.

- Eu amo você, não importa nada disso, apenas não se entregue para as trevas. Mesmo que ela seja mais forte que você, seja a diferença dentre tantos.

Sombra não gostou do que ela disse e a chutou na boca, fazendo com que a mesma sangrasse e eu gritasse. Havia muito sangue. Eu olhava fixamente minha mãe. Eu estava assistindo a vida se esvair de seu corpo, minuto a minuto, segundo após segundo. Minhas lágrimas já haviam secado em meu rosto, mas eu não me importava, já não havia mais lágrimas para serem derrubadas.

Eu apenas observava o pequeno e corpo da minha mãe estirado no chão, sem chance de defesa. Até que ela sorriu uma ultima vez e seus olhos azuis esverdeados se tornaram opacos, sua respiração parou e eu prendi a minha, vi tudo ao meu redor rodar, mas eu mantinha meu olhar firme em minha mãe. Quando a minha volta se estabilizou, minha ficha finalmente havia caído. Chloe Hunt estava morta!

Logo meus olhos se inundaram novamente. Minha mãe estava morta e eu não havia feito nada para impedir. Me sentia extremamente inútil por não saber usar meus poderes, por não ter dito o que sentia a Harry quando tive a chance, por não ter salvado minha mãe e por saber que não conseguiria salvar meu pai e irmão.

As horas passaram e eu nem vi o nascer do Sol. O grande dia como muitos gostavam de chamar, o dia das trocas de presentes, do amor e da felicidade. Natal!

Aquele estava sendo o meu pior Natal. Dizem que essa época do ano é especial, pois só traz coisas boas, mas a única coisa que via plenamente era a destruição da família Hunt e eu não podia nem chorar. As lágrimas já haviam secado e meu psicológico já estava abalado o suficiente para entrar em colapso a qualquer momento.

Perto da hora do almoço, Sombra voltou com tudo e dessa vez pegou meu pai que estava terrivelmente abalado. Ele colocou meu pai na minha frente, mas arrastou o corpo de minha mãe até um canto.

- Vamos conversar, Thomas Hunt!- falou sombra se colocando ao meu lado e apoiando um de seus braços sobre meu ombro.
- Sobre o quê?- perguntou meu pai com a voz rouca e tentando parecer forte, mesmo que estivesse vulnerável.
- Sobre o passado!- falou sombra com ódio.

Foi esse o momento em que eu percebi que nada nunca mais seria o mesmo.








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12 comentários:

  1. SOMBRA, EU TE ODEIO CARA! VOU MANDAR A ANNABELLE IR TE CAÇAR, ENTENDEU? Eu estou mal pela Seunome, quero dizer, ela viu sua família ser espancada no Natal. E tipo Natal é... Alegria, comemoração, sabe? Continua, ta? Ass: Juliana XOXO. P.S: PASSEI DE ANO! TUTS TUTS. A Seunome e o Harry vão ficar juntos nessa temporada, certo?

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    1. Kkkkkkkkkkkkkk!
      Parabéns, Ju!
      E a reposta para a sua ultima pergunta é: Não! O ultimo capitulo é mais voltado a família Hunt e a todos os problemas que a envolvem.

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    2. Awn obrigada! Vc passou? Ass: Juliana XOXO

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    3. PASSEI!!! Estou tão feliz por isso....
      FELIZ NATAL AMORE!

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    4. PARÁBENS! Feliz Natal atrasado (oops) Ass: Juliana XOXO

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  2. FINALMENTE POSTOU!! Adorei esse capítulo, continua logo

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  3. oooooo meoo josh !!!!
    tava super ansiosa pra vc posta ta muito divo acho que se virasse filme ia ser o melhor de tods os tempos !!!! ta muito divo mais um pouco eu mato o sombra via pensamento...

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    1. Que nada, darling! Acho que não chegaria a virar filme...
      Bom, acho que o próximo capitulo tu matas o Sombra sem dúvida alguma.... Beijos xXx

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  4. Nossa ADORO essa fic, mas ela ta mt triste, a mãe morre no natal, os amigos traíram ela e só sobrou o Zayn, tipo os amigos ainda estão lá mas o Zayn foi o único verdadeiro sabe, fora isso to amando, você é ótima escritora mas por favor coloca algo feliz na história

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  5. Respostas
    1. Uii, espera um pouco né. A Agatha tbm tem a vida dela pra cuidar

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