15 junho 2014

Power - Capitulo 06

Maratona 1/5



Contudo, logo a dor passou e eu me senti mais confiante do que nunca.

As pessoas ao meu redor se afastaram rapidamente. Percebia o medo em seus olhos.

- Seunome, tente ficar calma!- pediu a professora.
- Eu já estou calma.- disse a olhando nos olhos.
- Então por que seus olhos estão com outra cor?- perguntou Harry entrando na frente da professora.
- Meus olhos....o quê?- perguntei extremamente confusa.
- Seus olhos estão de outra cor, Seunome.- falou ele se aproximando e logo colocando suas mãos em meus ombros, ele deu um sorriso calmo tentando me confortar ou acalmar, tanto faz. Entretanto, não funcionou, pois todas as visões que havia tido naquele dia passaram como um filme em minha cabeça, todas as perguntas direcionadas a mim, absolutamente tudo.

O que poderia acontecer a Benjamin? E a Chase? Cujo havia desaparecido a tempo suficiente para se declaro como morto pela policia de minha cidade.

Eu precisava pensar e com todos aqueles olhares estava ficando impossível tal ato.

"Fique calma!" falou alguém em minha mente.

Me afastei de Harry e olhei para a porta, lá estava Petúnia Maxell me encarando profundamente. Eu podia ver através de seus olhos toda a sua maldade e falsidade, mas não conseguia ver os seus motivos para tais atos. Tentei me defender dela, mas estava complicado. Pois quanto mais eu tentava me defender mais ela invadia a minha cabeça e procurava pelos meus segredos. Por quê? Para quê?

E como o disparo de um bala, tudo fez sentido. Aquela vaca iria me usar para algo terrível, mas não iria deixar.

- SAI DA MINHA CABEÇA!!- berrei assustando a todos. Acabou acontecendo que todos os vidros daquele lugar explodiram e Petúnia voou longe juntamente com quem estava no lugar.

Respirei fundo e quando eu dei um passo em direção aquela coisa dos cabelos loiros tingidos fui impedida por braços fortes me segurando firmemente. Olhei irritada para quem quer que fosse e me surpreendi com aqueles olhos tão hipnotizantes. Castanhos claros como amêndoas. E então ele sorriu, que sorriso estonteante.

Reparando melhor pude perceber que ele era lindo. Seus cabelos pretos e arrepiados me chamaram a atenção. Pude sentir através daquelas roupas escolares seu corpo definido. Cara, acho que me apaixonei!

- Calma!- pediu ele seriamente, balancei a cabeça afastando alguns pensamentos nada educados e assenti positivamente, logo seus braços se afrouxaram de meu tronco. Voltei a olhar Petúnia que se levantava tortamente e tentava se firmar em pé.
- Nunca mais entre em minha cabeça...- comecei a falar, mas não consegui terminar por causa de uma interrupção desagradável.
- Ou...? Vai acontecer o quê? Eu não tenho medo de você, Seunome! Muito menos da sua família ridícula.- falou ela com um sorriso vitorioso no rosto.

Minha vontade de socar aquela garota apenas aumentou, mas ao invés de soca-la até a mesma ficar inconsciente, simplesmente dei um sorriso fraco e lhe encarei.

- Não existe isso de "ou"...- comecei a falar e no ultimo fiz aspas com a mão.- É bem simples! Nunca mais entre em minha cabeça. E, por favor, se tem amor a sua popularidade deixa o nome de minha família longe de sua boca imunda.- terminei de falar com um sorriso falso no rosto. Ela ficou quieta por alguns instantes antes de voltar a me encher o saco.
- Ainda quero saber o que irá acontecer se eu entrar em sua cabeça novamente.
- Eu te mato.- disse dando de ombros e me soltando por fim daqueles braços fortes, sexy e sarados que me prendiam.

E assim o silencio reinou.

- Desculpa pela destruição, professora! Prometo que irei repor todos os objetos quebrados da sala.- disse tímida observando cada lugar que antes era composto por algo extremamente único, de vidro, que dava ao laboratório de física.
- Não se preocupe! Conversaremos sobre isso mais tarde.

Assenti positivamente com a cabeça e sai da sala rapidamente. Meus pensamentos estavam a mil e ao mesmo tempo todos só me levavam a uma pessoas, mas por onde ele andava?

Fui parada bruscamente por alguém segurando meu pulso esquerdo e me puxando no sentido contrario a qual eu estava, fazendo com que eu batesse de frente com o outro corpo.

- Ai!- exclamei passando a mão por cima do pulso esquerdo com a mão livre.
- Desculpa não foi a minha intenção machuca-la!- falou o garoto lindo de minutos atrás.
- Ah!...Oi, acho que devo um obrigada. Então...obrigada por ter me impedido de fazer alguma loucura.- agradeci sentindo minhas bochechas esquentarem.
- Não foi nada! E outra meu nome é Henry.- falou ele estendendo a mão direita em minha direção.- Henry Bailey.- apertei a sua mão e sorri, tendo outro sorriso como retribuição.
- Não sei se precisa, mas sou Seunome Hunt.
- Prazer!
- Eu adoraria conversar agora, mas tenho que resolver um assunto importante.
- Tudo bem. Nos vemos mais tarde?
- É claro que ela não vai te ver mais tarde.- falou Harry se aproximando e quando fez o mesmo passou seus braços pela minha cintura, me dando um abraço.
- Desculpa cara, mas estava falando com a Seunome.- falou Henry dando um sorriso cínico.- E então?
- Dá para parar de dar em cima da minha namorada?- perguntou Harry irritado. Ciumes? Talvez!
- Vocês namoram?- perguntou Henry curioso. Pensei em mentir, mas...
- Sim! As vezes ele é um pouco possessivo e ciumento.- falei dando um beliscão de leve em Harry.
- Que pena, mas até que concordo com ele em ser ciumento e possessivo, afinal você é uma garota extremamente linda.- senti minhas bochechas voltarem a arder.

Quando pensei em responder senti Harry me soltar do abraço e ir parar em minha frente, tudo aconteceu tão rápido.

- Eu sei que ela é linda, mas já disse que é MINHA namorada. Então, por favor, novato!- falou Harry fechando as mãos em punhos fechados.

Merda! Era isso que se resumia tudo.

- Fica frio, amigo!- provocou Henry colocando a mão esquerda no ombro de Harry. O mesmo tirou a mão de Henry de seu ombro no mesmo momento.
- Não somos amigos.
- Que pena.
- Chega! Os dois. Henry foi um prazer te conhecer nos trombamos por aí e Harry vamos embora antes que algo aconteça.- decretei me pondo no meio de ambos, e quando citava o nome de um virava na mesma direção em que o mesmo se encontrava.
- Até!- disse Henry dando um beijo em minha bochecha e sumindo pelo corredor, mas antes do mesmo ir fez questão de trombar no ombro de Harry que me encarou seriamente.

O sinal bateu e ele continuou a me encarar. Logo ele segurou em uma das minhas mãos e me arrastou pelos corredores, tentei de todas as formas me livrar dele, mas o mesmo sempre me encarava com cara fechada ou ameaça me pegar no colo. Chegou um momento em que saímos de dentro da escola e caminhávamos pelo jardim dos fundos da instituição.

Ele só foi parar no lago que eu considerava o meu lugar favorito da escola inteira. Quando ele me soltou, pensei em sair correndo e comemorar a minha liberdade, mas algo me prendia ali, algo não, ele.

Andei até seu lado já que o mesmo se encontrava de pé na borda do lago. Fiquei quieta apreciando a vista do lindo por-do-Sol.

- Fica longe dele! Algo me diz que ele não é uma boa companhia para você.- falou ele sério depois de tanto tempo.

Eu apenas o encarei e ele fez o mesmo, não dissemos mais nenhuma palavra. Pensei em questiona-lo, mas seus olhos me pediam para não faze-lo e não fiz. Por que não o fiz?

[...]

Me encontrava deitada em minha cama, mas não conseguia dormir de jeito nenhum. Havia várias coisas que eu precisava saber, mas não queria ter que recorrer a aquela pasta que tanto me intrigava.

Depois de muito tentar, pulei da cama e coloquei um roupão por cima do meu pijama, coloquei meus tênis e prendi meus cabelos em um rabo de cavalo bem alto. Abri a porta do meu quarto com toda a delicadeza e calma possível para não acordar nenhuma das meninas, consegui esse fato sem muitos problemas. Passei em frente ao quarto de Vick, Becky e de Amby sendo que ambos estavam fechados, mas foi com o quarto de Ella que tive problemas, pois a porta estava aberta e a mesma se encontrava acordada.

Ao que pude perceber ela estava tentando realizar algum passo de dança e estava totalmente preocupada com cada passo, pois caso contrário ela estaria dormindo feito pedra nesse momento.

Infelizmente toda vez que eu tentava passar ela olhava para a porta e uma dessas vezes ela ficou invisível. Senti meu coração acelerar e uma potente dose de adrenalina foi injetada em minhas veias. Senti meus olhos arderem e de repente, vi Ella aparecer a menos de dois passos de onde eu estava, a mesma olhou para os dois lados e assim que não viu nada deu de ombros para em seguida voltar a seus antigos afazeres. Eu respirei fundo e corri até a porta de entrada do dormitório. Abri a porta com calma e respirei bem fundo após passar porta a fora.

Fiquei alguns minutos apenas respirando até que meus olhos parassem de arder. Após o mesmo parar comecei a andar pelos corredores mal iluminados até o patio, confesso que a escola depois do horário de dormir era simplesmente aterrorizante e que também me deixava de certo modo animada com a possibilidade de ser pega a qualquer momento por algum inspetor de corredor ou pelo próprio diretor.

Em certo momento vi a luz de uma lanterna se aproximando de onde eu estava e eu como não sou boba, saí correndo feito louca corredor a dentro. O problema era que aquela luz estava me seguindo e se eu quisesse escapar dessa teria que usar meus poderes, mas como? Eu até agora só tinha conseguido usa-los sobre pressão ou em um momento extremamente de raiva/tensão. No momento a unica coisa que sentia era a adrenalina me entorpecendo aos poucos.

A luz se aproximava de onde eu estava, olhei para os outros dois lados disponíveis para a minha fuga e infelizmente nenhum dos dois me levaria a onde gostaria de chegar. Pac! Pac! Pac! Eu podia ouvir o barulho de algo se aproximando juntamente com a luz, mas quem seria essa pessoa?

Me encolhi na parede e rapidamente alguém colou seu corpo juntamente com o meu impedindo qualquer brecha possível. Eu conseguia sentir todo o corpo a minha frente. Era de um homem com certeza. Sua respiração acelerada em meu pescoço estava me deixando arrepiada. E como num passe de mágica senti meus olhos voltarem a arder e logo eu vi Henry passar com a lanterna, olhando para todos os lados a procura de algo, mas não nos viu ali. Assim que ele sumiu pelo corredor, eu abracei instintivamente meu "salvador" temporário, ele ficou sem reação de inicio, entretanto logo me apertou contra seu peito fortemente.

Alguns segundos depois me afastei, não queria, mas o fiz. Estranho, contudo me senti seguro naqueles braços.

- Obrigada!- agradeci sentindo meus olhos pararem de arder.
- Não foi nada, anjo!- falou a voz rouca que eu conhecia. Harry.
- Ainda não gosto desse apelido.- falei cruzando meus braços em frente ao meu peito.
- Eu sei e é por isso que continuo o usando.- disse ele divertido.

Quando eu pensei em rebater ouvimos um barulho próximo a nós. Eu encarei Harry e o puxei pela mão por reflexo. O arrastei até o lago.

Me sentei em sua borda e dei duas palmadas no chão ao meu lado, convidando Harry a se juntar a mim naquele momento. Ele demorou um pouco para se juntar a minha pessoa.

Ficamos em silêncio aproveitando a companhia um do outro e observando as estrelas. Eu precisava organizar os meus pensamentos, mas não estava sendo nada fácil tal ato. Primeiro me lembrava do contato anterior com Harry e esse garoto me irritava; Segundo tinha o sombra e suas informações que pouco ajudaram; Terceiro o sumiço estranho de Benjamin; Quarto o aparecimento repentino de Henry; e Quinto a falta de informação sobre minha família e meus poderes.

Fui tirada de meus pensamentos quando Harry envolveu seus braços ao meu redor. Pensei em me afastar, mas a sensação de segura juntamente com meu lado irracional venceu meu lado racional. Aproximei nossos corpos acabando com qualquer espaço e me arrumei confortavelmente, deitando minha cabeça em seu ombro.

E novamente o silêncio reinou, porém foi por pouco tempo, já que Harry resolveu começar a cantar. Sua voz rouca e calma estavam me deixando entorpecida e relaxada. Assim que ele terminou a música me encarou e eu sorri sinceramente, ele retribuiu.

- Quero saber uma coisa...- começou ele.
- Fala!- disse e suspirei já imaginando há onde essa conversa iria nos levar.
- O que você fazia no corredor?- perguntou ele cauteloso.
- Nada de mais. Só queria vim ao lago para pensar, mas acabei tendo alguns obstáculos pelo caminho.- respondi e dei de ombros.
- Por que você quis vim a essa hora?- perguntou ele olhando em meus olhos.
- Sei lá!- dei de ombros. E ele fez uma cara de "Vou fingir que acredito", bufei e encarei o horizonte antes de responde-lo.- Está bem. Eu precisava....não...Eu preciso colocar meus pensamentos em ordem, mas são tantas coisas que preciso acertar antes de tudo, tantas perguntas a serem respondidas, tantas barreiras precisam ser quebradas...- falei vagamente e ele percebeu, pois me apertou mais em seus braços.
- Não se preocupe! Eu estarei do seu lado para o que você precisar.- falou ele seriamente.
- Por quê?- perguntei curiosa.
- Porque eu acho que te am...quer dizer...- pigarreou ele e continuou.- Tem que haver um por que?- assenti positivamente e ele respirou fundo.- São vários motivos...
- Eu tenho bastante tempo se não percebeu.- eu o interrompi, ele me encarou novamente e depois riu.
- Certo! Um deles é que você é diferente das outras garotas, não me trata como se fosse me atacar a qualquer momento.- ele sorriu tímido. Que fofo!- Você é sincera, espontânea e divertida, é sempre bom ter pessoas como você por perto.- ele encarou o horizonte e eu apenas o fitava.- Eu sei que parece loucura se pararmos para reparar no pouco tempo que nos conhecemos, sendo que logo de primeira eu fui um perfeito idiota com você, mas mesmo assim você acabou me dando outra chance...
- Só porque você é insistente.- eu o interrompi fazendo com que ambos rissem.
- Pode até ser, mas sei que você não resistiu ao meu charme!- falou ele fazendo graça, eu ri alto e dei um tapa em seu braço de leve.
- Só nos seus sonhos mais loucos.- eu o encarei e ele riu.
- Certo!- concordou ainda rindo. Era estranho vendo-o rir, mas estranho de um jeito bom. Não sei explicar e (in)felizmente sabia o provável motivo de tal sensação. Eu gostava dele só não o amava. Acho. Espero!
- Continue, Harry.
- Hazza!
- Quê?- perguntei confusa.
- Me chame de Hazza!- pediu ele.
- Certo, Hazza.- frisei o seu apelido fazendo ele rir.- Continue!- pedi.
- Onde eu parei?- me perguntou ele.
- Que eu te dei outra chance e...- informei-o.
- Ah é! E eu pude te conhecer melhor, me arrependo de ter te julgado antes de conhece-la, me desculpa por isso?- perguntou visivelmente arrependido e eu apenas assenti positivamente.- Bom, acontece que eu me vi apegado a você e não sei se isso é bom ou não. Tenho medo de algo lhe acontecer e eu te perder, Seunome! Mesmo você sendo uma Hunt, eu até que gosto de você e muito.- falou ele dando um sorriso triste e me olhando nos olhos. Eu dei um sorriso fraco e o abracei com força, para logo sussurrar em seu ouvido.
- Você não vai se livrar de mim tão fácil agora. Amigos?- perguntei me soltando dele e esticando a mão direita em sua direção, ele me olhou incrédulo, mas logo apertou a minha mão.

Ficamos mais um pouco no lago e vimos o nascer do Sol. Ele me levou até a porta de meu dormitório, mandando eu não dormir que daqui a pouco ele voltava para nós dois tomarmos café da manhã.

- Estou falando sério. Não dorme!- disse ele me olhando nos olhos.
- Eu não vou.- afirmei com calma.
- To de olho, anjo!- "ameaçou" ele me dando um beijo na testa e se afastando.

Entrei no dormitório silenciosamente e andei na ponta dos pés até o meu quarto. Assim que passei pela porta, eu a fechei e fui até eu banheiro.

Tirei meu roupão e meu pijama, ficando apenas de lingerie, enquanto abria o registro do chuveiro deixando a água cair. Quando a mesma estava em uma temperatura agradável, eu tirei minha lingerie e entrei embaixo d'água, sentindo meus músculos relaxarem com o contato entre os dois. Coloquei minha cabeça embaixo d'água e dei um sorriso, a sensação de alívio me invadiu fazendo com que outra sensação me tomasse por inteiro. Era simples, sentia meus problemas escorreram ralo a baixo, sabia que isso era só uma alusão de toda a situação, mas não podia mudar certas coisas em meu cérebro. Afastei qualquer problema que voltava á tona e peguei meu shampoo, colocando em minha mão para esfrega-la na outra e levar ambas em direção ao meu cabelo, fiz espuma e massageei, o cabelo e coro cabeludo para então enxágua-lo. Peguei o vidro do condicionador e fiz os mesmos processos. Com os cabelos lavados, peguei meu sabonete e passei o mesmo pelo meu corpo, fazendo espuma e enxaguando.

De banho tomado, fechei o registro e peguei minha toalha, me enrolando na mesma e colocando uma outra em meus cabelos.

Saí do banheiro rumo ao meu quarto e tomei um susto ao ver Vick sentada em minha cama.

- Que susto!- falei colocando a mão em cima de meu peito e indo até minha gaveta para pegar uma lingerie.
- Onde você estava?- perguntou ela direta.
- No lago!- respondi sinceramente.
- Fazendo o quê?- questionou ela e eu a encarei.
- Pensando Victoria e pra que do interesse?- a questionei e ela desviou o olhar. Sem querer acabei lendo seus pensamentos, ela só estava com medo de perder o Zayn para sempre. Como eu fiz isso?
- Nada de mais. Só fiquei preocupada.- suspirou ela.
- Eu jamais ficaria com o Zayn, Vick! Ele é um grande amigo e só.- falei cruzando meus braços e frente ao corpo.
- Eu sei, mas...- ela começou e abaixou a cabeça.
- Só esta com medo de perde-lo?- perguntei e ela assentiu positivamente.- Deixa essa insegurança de lado. Eu vou fazer vocês dois voltarem, só estou esperando a oportunidade certa.

Ela me encarou e riu. Levantou da minha cama, veio até onde eu estava e deu um beijo em minha bochecha.

- Você é demais!- exclamou ela caminhando até a porta.
- Eu sei!- falei convencida e fazendo graça, jogando a toalha que estava presa em minha cabeça como se fosse meu cabelo. Vick riu.
- Obrigada!- agradeceu ela abrindo a porta e me encarando.
- Não há de que.- falei e sorri, para logo ver a mesma saindo porta a fora.

Eu voltei para meu banheiro e coloquei minha lingerie. Saí do mesmo e caminhei até a cama, peguei meu uniforme e vesti o mesmo. Depois de vestida caminhei até minha penteadeira e fiquei me encarando em frente ao espelho.

- Afinal quem é você?- perguntei colocando a mão em cima de meu reflexo. Suspirei cansada e desisti de pensar em uma resposta para essa pergunta, peguei minha escova de cabelos e penteei o mesmo, assim que terminei ele parecia uma coisa empastada, baguncei-o e deixei o mesmo solto para que secasse normalmente.

Deixei minha escova no lugar onde a encontrei e me afastei da minha penteadeira indo parar em minha cama. Procurei minha bolsa pelo quarto e nada. Abri o guarda roupa inteiro, olhei no banheiro, embaixo da mesa de estudos e da penteadeira, até entrei embaixo da cama. Depois de toda essa maratona, meu cabelo estava mais bagunçado que o quarto inteiro e eu nem parecia que havia tomado banho, bufei irritada e tentei me dar uma boa arrumada. Após a perda de alguns minutos de uma batalha que não ia dar em nada, saí do quarto e fui até a sala.

Adivinha o que encontrei por lá? Se disse minha bolsa estava certa, pois ela estava do lado de Becky que lia um livro de aventura. Não prestei atenção ao nome que indicava na capa, apenas me arrastei até seu lado me jogando no sofá. Isso fez ela tomar um susto e me encarar com uma das sobrancelhas arqueadas, na qual eu ri.

- Sério mesmo que precisava me dar esse susto?- perguntou ela se fingindo de brava.
- Não! Eu só queria...- eu não consegui terminar, pois senti o chão ceder aos meus pés e tudo ao eu redor ir desaparecer, mas ainda ouvi Becky me chamar preocupada.
- MENINAS!! VENHAM AQUI RÁPIDO, SEUNOME NÃO ESTA...- e então eu não conseguia mais ouvi-la.

[...]

Depois dessa visão, eu não conseguia fazer ou pensar em muitas coisas. Apenas nela.

Porém o que ela queria me dizer realmente? Alguns videntes já me disserem que as visões nem sempre significa aquilo que elas lhe mostram., mas sim o que elas representam.























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