11 janeiro 2015

Power - Capitulo 25

Alguns dias eu me sinto destruída por dentro
Mas eu não vou admitir
Às vezes eu apenas quero esconder
Porque é de você que sinto falta
E é tão difícil dizer adeus


Eu não conseguia pensar direito!



Meu raciocínio estava lento e foi por isso que não consegui desviar daquela mão tão pesada. Na verdade, eu nem havia tentado.

Consegui captar o som dos gritos de meu pai e de meu irmão, enquanto Sombra me dava uma "surra", porém eu não me importava com aquela dor física porque a emocional estava me destruindo aos poucos.

Depois de algum tempo só se podia captar o silêncio daquele ambiente. Eu levantei meu rosto pela primeira vez e coloquei-me a pensar em uma saída para tudo aquilo.

A sala estava revirada meu pai estava com o olhar distante e meu irmão me encarava seriamente. Lhe lancei um sorriso encorajador e ele suspirou.

Desviei o olhar voltando a encarar meus pés, suspirei e tratei de pensar em algum jeito de me soltar. Movimentei meus pulsos de todas as maneiras possíveis tentando de algum modo me soltar, mas a única que estava conseguindo era me machucar. Minha pele já estava machucada, porém eu havia de todos os modos ignorado a dor e continuei a tentar me soltar. Um líquido quente começou a escorrer por minhas mãos, imediatamente deduzi ser sangue, respirei fundo e novamente tentei me soltar.

Ouvi os sons de passos e fiquei quieta. Sombra entrou naquele comodo com um sorriso macabro em sua face.

- Diga-me! Qual vai ser sua satisfação quando tudo isso acabar?- perguntei fazendo com que o mesmo me encarasse sério.
- Acredito que... Meu assunto não é com você, então não se intrometa!- bufei irritada, mas eu precisava atrasa-lo. Não me pergunte o por que deveria atrasa-lo, pois nem eu sabia, apenas sentia que precisava fazê-lo.
- É claro que me intrometo. Já parou para reparar que você está me mantendo amarrada para ver você machucar quem eu amo?- perguntei retoricamente e antes que ele respondesse, completei.- Parece que não!
- Cale a boca! Quando for a sua hora, conversaremos.- decretou ele me acertando com algo metálico.

Ouvi o som do relógio ao longe... Tic... Tac... Tic... Tac... Tic...

Minha visão girava e minha noção de tempo/espaço se tornou nula. Tentei me concentrar, mas aquele líquido quente escorrendo por minha cabeça me indicava que nada me ajudaria.

[...]

Assim que abri meus olhos encontrei toda a sala no perfeito breu. Respirei fundo e procurei me acostumar com a escuridão, assim que isso aconteceu tratei de começar a procurar por meu pai e irmão. Benjamin se encontrava amarrado e desacordado perto da lareira. Não havia sinal de meu pai.

Meu coração se acelerou. Minha respiração ficou falha. E meus pensamentos desordenados.

Eu não posso perde-lo também!

No meio de toda aquela confusão mental e emocional ouvi meu nome ser sussurrado. Procurei pelo ambiente quem teria me chamado e só havia meu irmão. Respirei profundamente e novamente ouvi meu nome ser chamado.

- Quem chama?- perguntei fraco.
- Eu, bobinha!- falou alguém surgindo das sombras.
- Mas o que...- não consegui terminar minha fala assim que vi Chase parar a minha frente.
- Preciso te tirar daqui.- disse ele sério. Ele logo andou até ficar atrás de meu corpo, minha ficha só caiu quando o mesmo começou a cortar as cordas que prendiam minhas mãos.
- Não! Ele vai saber, tire o Ben daqui!- pedi exasperada.
- Você sabe que...- antes que ele pudesse terminar Sombra apareceu com um sorriso enorme no rosto.
- Vejo que minha marionete resolveu aparecer.
- Deixe-o em paz!- exigi.
- Desculpe, Sweet! Mas o Chase aqui foi um menino muito malvado.
- Por favor, Patrick!- pedi.

O silêncio se instalou naquela sala. Sombra/Patrick me encarava sem piscar, enquanto eu podia sentir o corpo de Chase ficar cada vez mais tenso ao meu lado, já eu continuava com a mesma expressão preocupada.

- Como você sabe...?- perguntou ele confuso retirando aquela máscara que cobria seu rosto.
- Eu não sou burra. Sei observar o que está ao meu redor!- lhe respondi seriamente.
- Já que não preciso mais esconder quem sou a vocês...- falou ele sorrindo maleficamente.- Vamos continuar com o que interessa!

Tudo aconteceu rápido demais!

Em um instante Chase estava tenso parado ao meu lado e no outro estava levitando sendo asfixiado por Patrick.

Aquela merda de corda parecia esquentar ao redor de meus pulsos, mas eu continuava presa e impossibilitada de fazer qualquer coisa. Foi então em um estalo que entendi!

Aquela corda era de algum modo enfeitiçada e, por isso, eu não conseguia usar meus poderes. Foi com esse pensamento que eu resolvi enrolar meu carrasco.

- Pare com isso! Até parece que é ele quem você quer machucar...- comentei fingindo desinteresse.
- Bem lembrado...- disse ele jogando Chase longe, depois caminhou até o mesmo e o amarrou com as mesmas cordas que as minhas.- Eu quero lhe atingir e para isso usarei quem você ama!- disse ele simplesmente parando em minha frente e me olhando nos olhos.
- Seria melhor se me atingisse diretamente, mas se você quer brincar assim...- falei com descaso aparente, porém mais a fundo eu estava completamente receosa com o desfecho de toda está situação.
- Quando eu endurecer seu coração, doce (Seu nome), você irá me agradecer!- comentou ele saindo daquele comodo.

E novamente, fiquei sozinha. Meus irmãos se encontravam inconsciente e inúteis, meu pai estava em algum lugar sendo obviamente sendo torturado e minha mãe já estava feliz em outra vida há um bom tempo. Só o que me restava era esperar e foi isso o que fiz.

Esperei...

[...]

Abri meus olhos assustada depois de ouvir um grito de dor.

Fiz meu máximo para me situar com a pouca luz que surgia pela janela. Mais um dia havia nascido. Então é Natal!

Novamente o grito de dor se fez presente e eu por instinto dirigi meu olhar para um canto da sala.

Meu pai estava amarrado, sem qualquer chance de defesa, sendo torturado.

- Finalmente você acordou! Pronta para ver seu pai chorar?- perguntou Patrick se aproximando de mim.
- Não me importo se ele tem coração e sabe chorar...- respondi prontamente. Segurei as lágrimas de medo que ameaçam rolarem por meu rosto.
- Vai passar a se importar agora!- decretou ele voltando até meu pai e o perfurando com uma faca.

Não consegui ouvir seu grito, apesar de ver seus lábios abertos. Minha cabeça girou quando vi o sangue escorrer lentamente por seu braço até que gotas grossas pingaram no chão.

Encarei meu pai que tentava sorrir confiante, enquanto era torturado. Retribui o sorriso e lhe sussurrei: "Eu te amo e amarei para sempre, papai!". Suas lágrimas aumentaram significativamente e eu deixei que as minha finalmente rolassem.

- Então ela chora?- perguntou Patrick sarcasticamente.- Vamos ver até quando você é capaz de chorar...- terminou ele vindo em minha direção, segurei o grito que quase escapou por minha garganta.

O que se seguiu em diante foi nada mais do uma tortura psicológica e física.

[...]

Minha cabeça doía e no meio de todo aquele sangue eu tentava enxergar algo.

Olhei ao redor e nada havia mudado. Respirei fundo e senti meus pulmões doerem...

Aquilo já havia passado do momento de acabar e minha paciência ainda tinha um limite. Limite este que já estava se excedendo.

Tentei me sentar direito naquela cadeira e assim que consegui ouvi todo o meu corpo estalar. Meus pensamentos estavam todos confusos e dispersos perdidos em um mundo diferente do real.

"Confesso que está semana na escola estava sendo um saco, principalmente por ser a tão temida semana de provas e admito que não havia parado para estudar absolutamente nada.

Caminhava apressadamente pelos corredores vazios daquele inferno, a qual chamavam de escola. Toda a minha pressa se resumia ao livro de biologia que havia esquecido em cima de minha cama junto com o ultimo trabalho do bimestre da mesma matéria, sinceramente eu já duvidava de que algo poderia piorar pro meu lado, mas só foi eu duvidar que tudo piorou.

O impacto foi tão forte que meu corpo caiu para trás e bati a cabeça contra o chão. No mesmo instante fiquei com uma dor de cabeça incomoda e que provavelmente me atrapalharia na prova de física.

Assim que parei de meditar pude reparar no garoto que estendia sua mão em minha direção. Eu arqueei uma de minhas sobrancelhas, neguei sua ajuda e me levantei sozinha. Apesar dele ser lindo e estudar no mesmo colégio que não significa que devo ser boazinha.

- Acho que lhe devo desculpas...- comentou ele constrangido por eu ter negado sua ajuda. Pude perceber isso, pois ele olhava para todos os lados e uma de suas mãos passavam lentamente pelo seu cabelo da nuca.
- Está certíssimo!- concordei e vi o mesmo revirar os olhos antes de bufar.
- Olha! Estou tentando ser gentil garota estúpida!- cuspiu ele irritado.
- Do mesmo jeito ainda espero os pedidos de desculpa...- comentei sarcástica.
- Então é melhor se sentar para esperar, sweet...- disse ele olhando em meus olhos. No mesmo instante senti minha coluna inteira estremecer, eu devia me afastar e rápido.
- Se for assim é melhor ir procurar um lugar para me sentar, não acha?- perguntei debochada, vi o mesmo bufar e antes que ele me respondesse o interrompi.- O papo está muito bom, está tudo ótimo, mas sabe eu ainda tenho que pegar algo em meu dormitório.- disse e saí andando.
- Nos vemos por aí, maluca!- gritou ele, enquanto eu me afastava. Apenas levantei meu dedo médio em sua direção sem me virar e consegui ouvir sua gargalhada antes de virar no corredor.

[...]

- Olha! A garota maluca.- comentou aquele garoto assim que entrei em minha sala de aula duas semanas depois o ocorrido.
- Olha! O garoto irritante.- comentei sarcástica indo me sentar em meu lugar que ficava ao seu lado direito.
- Espero que você tenha se dado mal aquele dia, sweet...- desejou ele me fazendo rir, mas logo fiquei séria novamente.- Olha ela sabe rir.
- Vai se ferrar!- disse entre dentes.- E eu não me ferrei. Por que isso aconteceria?- perguntei divertida.
- Porque você estava atrasada para a prova de biologia.- respondeu ele em tom de óbvio.
- E como você sabe disso?- perguntei curiosa e o virando em sua direção.
- Meu amigo é da sua sala, ao menos naquele horário e eu perguntei pra ele o que lhe aconteceu...- respondeu ele dando de ombros.
- Então você ficou pensando em mim? Que lindo!- comentei, vi suas bochechas ficarem vermelhas, mas o mesmo ainda revirou os olhos.
- É claro... até por que eu não tinha mais nada a fazer, né? Não ache que o mundo gira ao seu redor, sweet.- disse ele me fazendo rir.
- Não sei. Vai saber se você não me escolheu para ser sua musa.- comentei em tom brincalhão, ignorando a ultima parte que havia saído de sua boca, boca essa bastante carnuda e vermelha devo ressaltar, instantes antes.
- Não exagera, garota!- exclamou ele. Eu acabei rindo e antes que ele começasse a falar novamente o professor entrou na sala apressado.

[...]

- Qual é, Patrick?! Nós temos que ver aquele filme.- disse a garota que eu não lembrava o nome.
- Desculpe, Claire! Mas eu já combinei algo com a (Seu nome).- disse ele me encarando com um sorriso fofo.
- Vai me dizer que vai me trocar pela Hunt?- perguntou ela e antes que eu a respondesse, ele riu.
- Não vou te trocar pela "Hunt".- falou ele fazendo esforço para imitá-la na pronuncia de meu sobrenome. A garota começou a se animar e eu me senti mal por sua resposta, mas fiz o máximo para não demonstrar.- Na verdade, vou te trocar pela (Seu nome).

Foi essa resposta que me animou de vez para a maratona de filmes ridiculamente românticos que o mesmo me faria assistir dali algumas horas, ou seja amanhã. A garota bufou e saiu batendo o pé em direção aos dormitórios.

- Obrigada, mas se você quiser ir ficar com ela eu não me importarei.
- É claro que irá se importar. Afinal, eu te conheço o suficiente para saber que se for atrás dela você irá se chatear.- disse ele sério e eu sorri agradecida.
- Bom, tenho de ir antes que as meninas achem que eu estou escondendo algo.
- Mas você está! 
- Eu sei, mas elas não precisam saber que meu melhor amigo é o capitão do time de futebol da escola, aliás ninguém precisa saber disso. Não quero ser popular!- falei cansada.
- Novamente... mas você está!- disse ele rindo.
- Calado!- bufei.
- Como quiser. Nos vemos amanhã, sweet!- desejou ele se levantando e eu me levantei junto. O mesmo me deu um beijo no topo da cabeça e sorriu.
- Até amanhã.- desejei o abraçando pela cintura, o mesmo retribuiu e logo nos soltamos indo cada um para seu devido quarto.

[...]

- Chega Patrick!- gritei irritada.
- Não gosta de ouvir a verdade, Hunt?- perguntei ele no mesmo estado.
- Eu não gosto de ouvir mentiras, isso sim.
- Então quer dizer que nada do que lhe disse é verdade?- Você sabe que não, então por que me torturar com essas possíveis hipóteses?- perguntei.
- Não é tortura. Você que não aceita ouvir que sua família só tem assassinos!- respondeu ele irritado.
- Claro!- disse ironicamente.- Até por que meu antecessor era uma pessoa muito má!- continuei.- Ou será que colocaram todas essas coisas em sua mente, Patrick? E se houvesse uma verdade por trás de tudo isso? Você acreditaria nela? Ou iria preferir continuar nadando nessa sua ignorância? Você teria a coragem que eu tive de ir contra meus ideias para saber sobre a verdade?- o perguntei me aproximando cada vez mais, enquanto ele apenas recuava e ficava cada vez mais mudo.- Foi o que pensei. Todos vocês são covardes, acusam minha família sem saber da verdade e mesmo assim se acham os maiorais. Vocês são nojentos!- disse irritada, respirei fundo e continuei.- Eu sabia que você era igual a todos os outros, não devia ter confiado em você, não tão facilmente.
- Que verdade há por trás de tudo isso, (Seu nome)?- perguntou ele colocando uma de suas mãos em meu rosto com delicadeza.
- Vá embora!- disse em um sussurro apontando para a porta do meu quarto.

Ele respirou fundo, mas se afastou.

- Eu sinto muito por ter te decepcionado, mas nada vai me fazer mudar de ideia. Certas coisas vem de alguém maior que eu.

[...]

Ele estava sem máscara e sem toda aquela roupa preta, no lugar ele vestiu o uniforme da escola e assim que o mesmo se virou, fiquei estática.

Não podia ser ele.

Não devia ser ele.

Patrick!

[...]

Saber que Patrick era o Sombra era a mesma coisa que ser apunhalada pelas costas. Enquanto uma ilusão de minha pessoa descia para falar com meus amigos os restos de meu eu tentava se recuperar de toda aquela tortura.

- Você sabe que terá de fazer algo, (Seu nome).- disse Ariel, o anjo.
- Eu sei disso... Só não sei como começar.- falei cansada.
- Primeiro vamos começar cuidando desses machucados.- disse ele.
- Por que você se apresentou como Ariel?- perguntei o pegando de surpresa.
- Como?
- Eu li seus diários, Oliver!- falei respirando profundamente.
- Então sabe que eu precisei sumir...
- E lhe apoio nessa decisão, mas agora eu só quero dormir um pouco.
- Como quiser!"

Patrick ainda conseguia me surpreender cada vez mais e até agora eu não havia entendido o por que de tanto ódio. Quer dizer, eu tinha algumas suspeitas, mas nenhuma certeza.

Minha linha de raciocínio foi cortada assim que vi meu pai ser arrastado até a minha frente bem próximo da onde o corpo de minha mãe.

- É melhor você me dizer o que quero, Senhor Hunt.- disse Patrick sem aquela mascara.
- Eu já disse tudo o que eu sabia.
- Então quem sofrerá será o mais velho.- disse ele partindo pra cima de Chase.

Patrick começou a socar e chutar meu irmão sem dó. Chase até tentou se defender, mas perante a fúria do outro era impossível algo ser útil. Chase antes de fechar seus olhos pela ultima vez me sussurrou a seguinte frase: "Ninguém pode fugir de sua própria história*, Sweet Sister. Eu amo você!".

Lágrimas grossa rolavam por meu rosto, enquanto eu via meu irmão suspirar pela ultima vez.

- Por favor... não me deixe de novo!- pedi em meio as lágrimas olhando para o corpo já sem vida de Chase Christopher Hunt.

Ninguém ali ousou fazer algum barulho a mais, além do som dos soluços.

"- Você promete, Chay?- perguntei.
- Eu prometo que jamais irei lhe deixar, tampinha!- respondeu ele bagunçando meus cabelos, fazendo com que eu risse.

[...]

- Você prometeu que não iria me abandonar...- disse chorando em frente aquele tumulo a qual meus pais haviam mandando construir no quintal de casa, apenas na esperança de trazer algum conforto a família.- Depois daquele dia eu aprendi a confiar nas promessas que sempre me faziam, mas então você sumiu e toda a certeza que eu possuía na vida se foi junto.- as lágrimas caiam com maior intensidade.- A cada dia que passa é como se um pedaço de quem sou sumisse nos dias que se seguem...- respirei fundo tentando controlar meus soluços que ficavam cada vez mais alto.- Eu acabei levantando diversas barreiras ao meu redor para me proteger, eu tive que aprender a me defender sozinha, eu tive que ir embora... e tudo isso só porque você quebrou sua promessa.- disse chorando.- Hoje fazem exatos três anos que você simplesmente sumiu e todos já perderam as esperanças. Eu desisto, Chay. Eu desisto de te procurar!- disse em meio as lágrimas.

[...]

Quando eu o vi vivo a minha frente meu coração acelerou e eu consegui controlar meu impulso de correr em sua direção para o abraçar. Seus olhos pediam para que eu o abraçasse, mas sua expressão fria dizia o contrário e foi essa ultima que me fez correr para longe.

[...]

- Eu sinto muito por ter permitido que lhe encostasse um dedo e juro que farei o pagar por cada golpe que lhe dirigiu, minha Sweet Sister!

Ouvi o som de passos se afastarem lentamente e pararem de súbito.

- Eu só espero que você 'nunca se esqueça de quem nunca te esquece'!*. Eu amo você mais do que tudo, (Seu nome) e eu sinto muito por não ter estado presente quando você mais precisou.- disse ele antes de partir novamente. Logo me entreguei a escuridão."

Adeus Chase!

[...]

Acordei com o som de gritos desesperados.

Olhei ao meu redor e vi Patrick espancar meu irmão, logo arregalei meus olhos e coloquei meu cérebro para funcionar, mas sempre que meus olhos me levavam para o corpo de Chase algo em meu ser travava e eu entrava em choque.

Patrick gritou algo na direção de meu pai e o mesmo apenas negou com a cabeça.

Vi meu irmão me dizer algo, mas eu não conseguia entender.

- Repete o que disse!- ordenou Patrick.
- (Seu nome), ele quer os diários de Oliver Hunt.- repetiu meu irmão respirando pesadamente.
- Então estavam com você todo esse tempo?- perguntou Patrick se dirigindo para eu.
- Deixe ela em paz!- gritou meu pai.- Ela não sabe de nada!
- (Seu nome)?- chamou Patrick.
- O que foi?- perguntei assustada.

Todos ali me encaravam e eu continuava lutando internamente para não ceder ao estado de pânico.

- Me diga, Sweet! O que você sabe sobre esses diários?- perguntou ele levantando meu rosto delicadamente. Eu nem havia percebido que tinha abaixado o olhar.
- Eu queimei.- respondi seriamente.
- MENTIRA!!- gritou ele me assustando, acabei pulando para trás e teria caído feio se Patrick não tivesse segurado a minha cadeira.- Te assustei?- perguntou ele debochado.- Sinto muito!
- Se afaste!- pedi entre dentes.
- Mesmo estando perto da morte continua se achando, (Seu nome)? Pensei que você fosse mais esperta.
- Eu sempre soube como me manter longe de você.- lhe disse tentando normalizar minha respiração.
- Vou perguntar novamente. O que você sabe sobre esses diários?- perguntou ele.
- Nada que você mereça saber.
- Resposta errada!

No instante seguinte ele caminhou até Benjamin. Sorriu psicoticamente em minha direção e com uma faca começou a perfurar o corpo de meu irmão.

Tudo ao meu redor ficou em silêncio.

Benjamin tentava me dizer algo, mas o som que saía de sua boca não chegava aos meus ouvidos. Fiz a única coisa possível no momento e me concentrei em seus lábios para ler.

O sangue escorria de seu corpo para o chão rapidamente, sua pele se tornava cada vez mais pálida e seus olhos perdiam a vida, meu irmão estava morrendo. Eu o olhei pela ultima vez e entendi o que ele repetia: "Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra!"*.

- Eu amo você!- foi a ultima coisa que meu irmão ouviu antes de fechar seus olhos pela última vez.

Infelizmente eu jamais poderia dizer ou prometer não guardar ressentimento de Patrick, pois se eu o fizesse iria ser a mais pura mentira.

E logo o som dos fogos de artificio estourando naquela noite se fez presente. Meu Natal nunca mais seria o mesmo.

[...]

Já fazia um bom tempo que eu encarava o corpo morto de Benjamin, apesar do Sol da manhã pós Natal começar a dar as caras, eu continuava imóvel.

- (Seu nome)?- ouvi meu nome ser chamado. Respirei profundamente e ignorei.- (Seu nome)? Filha?- chamou novamente e foi só com esse último chamado que encarei meu pai.
- Sim?
- Me perdoa?- pediu ele chorando.
- Pelo quê?- perguntei sem força alguma.
- Por tudo, por ter falhado em proteger você, por não ter lhe dito a verdade antes...
- Que verdade, pai?
- Sobre os diários, sobre nosso passado, sobre quem nós somos...
- E quem nós somos?- perguntei calmamente.
- A ultima esperança da humanidade.

[...]

Depois da minha breve conversa com meu pai as coisas só pioraram, pois o mesmo me fez prometer que não diria nada que Patrick quisesse e eu prometi.

- Já foram três Hunt's faltam dois, então vão dizer o que eu quero?- perguntou ele trocando o olhar entre eu e meu pai.
- Prefiro morrer!- respondeu meu pai sério.
- Eu já estou morta!- disse em um suspiro.
- Vocês são duros na queda! Agora entendo o por que da fama de indestrutíveis e incansáveis que vocês possuíam.- disse ele rindo sozinho.- Pena que esse tempo passou e eu vou acabar com o resto da família.- falou ele sorrindo maleficamente.

O mesmo saiu dali e o som de algo caindo se fez presente. Em seguida, Patrick voltou a sala armado.

- Sinceramente, (Seu nome)! Estou cansado de tentar lhe provar o meu ponto de vista, então vou por em prática logo. Adeus Senhor Hunt!- disse ele e segundos depois engatilhou e atirou a sangue frio em meu pai.

O tiro foi no meio da testa de meu pai, seu corpo caiu sem vida para o lado esquerdo, sem um pingo de dignidade.

- Agora você!- falou ele. O mesmo se aproximou e me desamarrou.- Se defenda!- ordenou ele, mas eu não conseguia me mexer, foi por isso que o tapa que levei me levou ao chão de imediato fazendo com que eu batesse a testa na cadeira. Senti aquele líquido quente conhecido como sangue escorrer de minha testa lentamente me fazendo cócegas.- Eu mandei você se defender!- falou ele me levantando brutalmente.
- Me mate, por favor!- pedi ainda em seus braços segurando as lágrimas.
- Eu não posso...- comentou ele.
- E por que não?
- Por que eu te amo!- confessou ele me colocando sentada delicadamente naquela cadeira.

Eu deixei que a ultima lágrima caísse antes de usar meus poderes e o mandar para longe.

[...]

O Sol estava se pondo quando a policia chegou para atender ao meu pedido de socorro.

Os policias tentaram me levar ao hospital mais próximo, porém eu me recusei com todas as minhas forças. Acabei sendo grossa e deixei bem claro que só sairia dali quando todos fossem levados ao IML.

O maior problema seria o depois, afinal eu só possuía 17 anos e não havia mais nenhum membro da minha família vivo. Contudo, eu preferi ignorar este fato e esperei.

Eu esperei por toda uma noite e uma madrugada até que os corpos de meus pais e irmãos fossem liberados para serem transportados pelo IML. Nenhuma lágrima rolava mais por meus rosto, era como se toda as minha lágrimas tivessem secado.

Juntamente com os policiais fui levada até aquele local horrível, apenas para "reconhecer" os corpos, depois que o fiz fui levada a um hospital.

Assim que os médicos me viram trataram logo de me atender. Foram feitos diversos curativos, tive de tomar soro na veia e me mandaram descansar.

O diagnóstico que me deram já era previsto. Eu estava em um Estado de Choque Traumático Grave.

Perto do horário do almoço, Marie a governanta de minha família chegou ao hospital desesperada e eu sabia daquilo, pois estava sentada na recepção conversando com um policial.

- Minha menininha!- disse ela me abraçando. Eu apenas a abracei de volta e enterrei minha cabeça na curvatura de seu pescoço.
- Quem é a senhora?- perguntou o policial atrás de mim.
- Sou a governanta e responsável por (Seu nome) Hunt!- respondeu ela séria.- E quem seria o senhor?
- Sou o policial Kevin Stuart responsável pelo assassinato da família Hunt.

No mesmo instante a abracei com mais força e ela retribuiu.

- Vai ficar tudo bem, querida! Eu irei cuidar de você.- disse ela.

Eu respirei fundo e me afastei dela.

- Eu prometo que cuidarei de você, (Seu nome)!- prometeu ela olhando em meus olhos.

[...]

E Marie cumpriu sua promessa por cinco anos seguintes.

Hoje fazem cinco anos desde a morte de meus amados familiares e da ascensão ao poder de Patrick, nesse meio tempo eu simplesmente fugi de tudo e todos. Fugi de meus amigos que tentaram de tudo conversar comigo durante as semanas que se seguiram ao assassinato de meus pais e irmãos.

Desde aquele dia eu nunca mais comemorei o Natal e me tornei uma pessoa completamente fria.

Finalmente a guerra começou e já está na hora de eu provar o quanto (Seu nome) Hunt mudou.












* "Ninguém pode fugir de sua própria história" - Trecho do filme Rango
* "Nunca se esqueça de quem nunca te esquece" - Trecho do Minha vida fora de série.
* "Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra!" - Frase de William Shakespeare.








Nota da Autora: Nada a declarar sobre este ultimo capitulo da primeira temporada de Power, demorou, mas chegou! Agradeçam ao Malik pela antecipação da postagem do capítulo, mas como é níver dele e eu sou uma Sra. Malik... Kkkkkkkkkkkk'
Obrigada por terem sido compreensivas e se preparem para a próxima temporada, pois a guerra não é algo fácil de se vencer.













Capitulo Anterior                                                                            Próximo Capitulo

8 comentários:

  1. Agatha eu faço parte do blog social spirit e escrevo a fic Change your life que é com os minos e com o Austin e eu gostaria de saber se você poderia divulga-lá pra mim .o link é esse :
    http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-austin-mahone-change-your-life-2890012
    Agradeço desde já ....
    xXx yasmin xXx

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi fofa, então n sei se vc sabe mas o spirit é uma rede social e n um blog, ok? beijinhos

      Excluir
    2. Calma Anônimo! Ninguém nasceu sabendo e errar é humano.
      Yasmin, vou fazer o possível, só tenha calma que o tempo está corrido ultimamente, mas dou minha palavra que irei divulgar.
      Beijos e até xXx

      Excluir
    3. Muito obrigado .......
      E anônimo ......não eu não sabia ,mas obrigado por me dizer ....agora eu sei rs rs rs......
      Yasmin..

      Excluir
  2. Então... ham, acabou? Mas o Harry e a Seunome nem se beijaram. SOMBRA, PATRICK OU SEJA LÁ COMO TE CHAMAM, TU É MT FILHO DA PUTA KRA. AH VÁ TOMAR NO C* SEU ARROMBADO! " ah eu te amo seunome" ama é um pinto na tua bunda (sorry pelos termos e talz) qdo sai novo cap? continua. Ass: Juliana XOXO

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.... quanta revolta, Juh!
      Eu não estou conseguindo colocar no papel o primeiro capitulo, pois não como começar e quando começo não acho bom o suficiente... É um porre ser perfeccionista!
      Vou fazer o máximo para até dia 24/01 o primeiro capitulo da segunda temporada ir ao ar.
      Beijos e até xXx

      Excluir
  3. Então ne sobre tudi isso esta me deixando louca e esta otemo mais um pouco eu piro...confeso que chorei... e tbm que matei o sombra e joguei ele na valeta virtualmente kkkk.... e não acredito que acabou a primeira temporada... e confeso tbm que estou morrida de curiosidade pra que vc poste o próximo capítulo.... então ne eu vo durmi pq sim... antes eu vo come... pq... pq Eu so gorda....
    Bjss
    P.S: Posta logo to ansiosa....

    ResponderExcluir